segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O Despertar da Primavera (inspirado na peça (também))


"Só me abraça agora, esquece tudo."
"Está bem."
Ela olhou fixa nos olhos dele num momento de ternura, simplicidade, de realização. As respirações se encaixavam e tudo se resolvia como um quebra-cabeças.
Ele segurou delicadamente o rosto dela, sorriu.
"Posso te dar um beijo, linda?"
Ela respondeu fechando os olhos e aproximando lentamente o rosto.
Os lábios se tocaram em um beijo quente. Era o ponto final do medo e desejo unidos para iniciar uma bela história. Seria agora a hora.
Os pingos de chuva pareciam complementar o violão baixo e lento que tocava nas mentes dos dois, agora, amantes.
"Eu sempre gostei muito de você."
"Por que você nunca falou, então?"
"Como eu podia imaginar que você era tão louca quanto eu?"
Ela sorriu.
O quarto escuro só deixava um filete de luz evidente, aquele que vinha dos postes da rua, o que criava o cenário perfeito, pois é na ausência da luz, da sanidade, que se deixa o que se sente fluir.
Deixavam somente o tato guiar e mal poderiam crer no que estava acontecendo.
As roupas e os limites sumiam. Nada mais importava além da concretização dessa paixão que, de tão recíproca, era quase inacreditável para os dois.
Era uma noite de vento quente, de chuva fria, de silêncio absoluto no meio do caos. Era a noite de talvez Romeo e Julieta mas era, com certeza, a noite que o universo parou para assistir o que as estrelas já tinham escrito há muito tempo.

2 comentários:

  1. "a noite que o universo parou para assistir o que as estrelas já tinham escrito há muito tempo." aah, se a vida fosse assim... hahaha..

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