Eu sou o reflexo das dores que criei. Meu rosto deformado, meus braços fracos, meu olhar tem desespero.
O tempo me deixa para trás, a justiça nunca se faz, pareço estar me despedindo de um lugar que nunca me pertenceu.
Eu me tornei a frustração que vivi e vivo. Em pessoa, em atos, em desvaneios inevitáveis.
Não posso mais ferir o inocente, mesmo que, inocente, eu esteja ferida. A vingança não se faz com o externo, mas da auto-punição não sei escapar.
Parece uma força que me reduz ao pó das minhas alegrias, a tontura do desnorteio. Algo muito mais poderoso me domina, querendo me levar para o seu inferno.
Desisti de retirar as pedras no caminho. Nenhuma é dolorosa quando se tem grilhões espinhados presos, apertados nas pernas.