quarta-feira, 28 de julho de 2010

Ciúme literário

Há questionamentos em sua cabeça
Pois assustam as minhas palavras
Reinventam uma realidade
Que passa por ti

Parecem insuficientes
Os sinas das nuvens
As ventanias que nos alarmam
Que temos o verdadeiro amor

Não confunda, querido
O que aqui é colocado
Para imaginar que do passado
Resta mais que a memória

Apenas seja fiel
As palavras que lhe digo
Hão de ser seu consolo
Toda vez que enciumado me lê

Você diz não gostar
Não admitir o que fora
As estradas que percorri
Ou os encantos que tive

Não venho aqui repreendê-lo
Pois em sua situação
É incerto que agiria diferente
Tendo que somos tão semelhantes

Mas talvez possa ver
O quando é besteira sua
Lendo as letras
Que iniciam o terceiro verso
De cada estrofe deste poema.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Dedicado a um amigo leitor

Não é mais um texto de amor, eu digo. Existe em mim algo que no ser humano resplandece ainda mais que os velhos coxixos das paixões de Marina, Julieta, quem for.
Não medirei palavras ao descrever o que explode em minha mente, a mistura de um alívio em saber que tenho-te agora sob a vista da qual nunca tinha de ter desviado. Não há poesia no que não há chama? Veremos.
Tento aqui colocar o mesmo nome que tanto escrevi com canetas de fogo em papel de seda, valioso, a ser conservado.
Deve ser uma decepção ás minhas palavras tristes poder chamá-lo de amigo então, mas a mim não importa o que pensam essas damas, elas não foram convidadas para essa festa. Aqui, nessas linhas, elas não são bem-vindas.
Estranho te rabiscar em fundo tão claro, que nem minhas palavras parecem, mas agora serão...
Enfim eu soube, enfim você soube. Enfim está tudo bem com as cinco letras, em meu pensamento elas voltarão ao seu lugar original, onde são tão queridas quanto, de onde elas nunca deveriam ter saído.

sábado, 24 de julho de 2010

Cinzas

Deve ter algum motivo, algo muito forte, que não faz com que eu te esqueça.
Não deve ser mais o seu olhar, não deve ser mais o jeito que você cuidou e falava comigo. Deve ser algo que eu ainda não subtraí, que ficou entranhado no nosso amor entrelinhas, talvez seja.
Não ouço mais a sua voz, não te vejo, mas como ficou intacto todo aquele calor, aquela necessidade de te ter a cada segundo, o sorriso que me vem assim que um ar qualquer faz lembrar você.
Não existe explicação desse rompimento de algo que parecia tão certo, predestinado. Um dia você sumiu, e  fico buscando o porquê.
Então hoje, reli suas últimas cartas, tentando achar a palavra que te colocou para um outro caminho, a vírgula que me dissesse que tudo aquilo que você me falava não era amor, nunca foi.
Seria fantasia minha? Seriam aquelas juras, aquelas palavras, todas em vão, todas querendo dizer algo menos do que eu sentia?
Foi o fim, mesmo que não concretizado, o fim do nosso amor. Repentino, esfaquiado, brutal.
Pois em mim vive, remói. Em você virou cinzas, reduziu a pó?
Já faz tempo, mas ainda não o suficiente.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Não a espaço para quem não seja ela, não há espaço para mim, não há espaço para as minhas palavras.