quarta-feira, 7 de novembro de 2012

"Detalhes tão pequenos de nós dois"

A noite envolvida no silêncio do meu quarto, penso no que não existe mas que, em miséria, se compõe. E digo mais, me satisfaz.
O sorriso sincero após um devaneio, o olhar fugitivo volta e meia encontrado e aquelas pequenas frases que guardo como ínfimas homilias. Me acompanham, me fazem mulher, alimentam aquela que precisa de tão pouco para te ter por dentro.
Sensação que quero cultivar todos os dias. Acordo com um sorriso sínico, enganando a mim mesma, olhando para suas fotos e chamando de minhas. E não são, e é essa a graça!
Porque se fossem seria justo, e qual a graça do sono da plenitude? Prefiro uma aflição eterna ao conforto, prefiro meu imaginário e não fazer nada para o real.

Eu te desejo, mas desejo muito mais a minha criação.

Bom dia!





segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Confusa revanche

Meus passos perdidos, ligeiros, trilhando a rua escura do fim de expediente. Eu sou mais corajosa que você.
Deixo esses pensamentos, doentios de tão recalcados, aos poucos dominarem meus dias e embebedar meu sono. 
Pesadelos assombram a minha frieza. Não sou mais, tenho de ser, e não me controlo. Idealismo incessante que tem que ir embora. Agora.
(Pois) só quero teu toque, e qualquer afago será execrado. Só isso, nada mais.
Me conforto com um você imaginário, que criei para acalentar meu monstro, que preenche as entranhas do que me é tão subjetivo. Com ele permito, com ele sonho, com ele que brilha meu olhar sossegado.
E te deixo como rascunho de tudo que poderia ser mas não é, e não quer, e não pode. Rabiscos de uma pintura perfeita que só eu poderei apreciar, puro egoísmo do meu lado temido.
Eu quero, eu desejo, eu inspiro devaneios de filmes baratos que passam pela minha cabeça quando, não tão mais misteriosamente, sorrio e olho diretamente nos teus olhos. "Ah, se ao menos soubesse!".

Cuidado comigo, querido. Eu não bato muito bem. E nem você.


sábado, 6 de outubro de 2012

A fera

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Superficial (somente)


Desejos omitidos por vidros translúcidos, finos, trincados como cicatrizes das tentativas do toque.
Não é proíbido, não é indesejado, somente precisa de tempo e se romperá. E por que tão complicado para mim?
A ansiedade me consome, me faz febre, deixa os pensamentos rondando rápido, se esbarrando...
Eu sou o ser do desejo que grita, mas não sou mestre do tempo. E não vivo sozinha.
Fantasia das madrugadas que serão vividas, das manhãs, das trocas de olhares suados, quentes. O som da guitarra, a voz rouca, a repiração forte. Sinto o gosto do tabaco, do vinho e do suor.
Faço de tudo em nossas cena inventadas à luz de uma lua, voyer do que vem e do que está. Ao brilho das estrelas caídas nos seus braços, me possuindo e enfeitiçando, agarrando e querendo me sugar em constelações desconhecidas que lente nenhuma vê.
Cola     Cola na minha pele, sacia sua fome, deixe seduzir pelo meu mistério... mas dê aquele seu sorriso ao sentir a claridade desnorteando, mesmo que fútil, mesmo que breve, mesmo que não meu, dê.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Viciosamente

Um arrepio me consome toda vez que ouço o choro da guitarra abafada.
Busco inspiração, qualquer termo e frase pré-fabricada para transferir o calor que me dá tal melodia.
É o mesmo sonho rebobinando em trilhas diferentes, profundas, que parecem ser mais que um objetivo.
As balelas da vida, que amanhecem e dormem comigo, tomam seu lugar. Não sou daqui porque você também não é.
E como uma punição divina, o sentimento me rompe sem ao menos resistir mais que uns instantes, mais que uma palavra mal-dita. Maldita!
Só transtornos bipolares literais e indiagnosticáveis, uma tolice infantil que alimento para me sentir importante, diferente dos triviais. E não sou. E sei.
Talvez a não-solução de toda a problemática de uma vida seja o anseio dessa sensação. Eterna frustração, eterna infelicidade, eterna perdição (e ao mesmo tempo tão bom).

...mas nada que não teu alimenta-se da dor. 
Surpresa alguma tenho ao perceber, então, que vai morrer de fome. E eu, de solidão.

http://www.youtube.com/watch?v=zh4qvqdOCDE

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Simples imaginável inexistente

Vento quente de uma noite encharcada da chuva de verão. Todos os cheiros, os silêncios, a tv que me acompanha questionam meus pensamentos, dão voltas nos meus ideais.
Imagino o lençol branco amassado, o luar estonteante, as silhuetas de um amor perfeito. Imagino você e nem sei por quê.
Longe da realidade, cada toque nosso é como uma colisão. Cada meio abraço que me dá, um beijo na cabeça, gritam, BERRAM tudo que poderíamos ser. Nos fizemos de possibilidade por não acreditar no que sentimos.
De repente me volta a sensação da paixão, o mesmo sorriso bobo no rosto imaginando situações solucionadoras, o mesmo suspiro. Mas dessa vez escondo, dessa vez eu calo.
É claro mas não se vê, é imaturo mas pode ser real, é inexplicável, sem motivo algum, mas está ali.
Enquanto isso eu me contento com duas palavras, com a brincadeira da troca dos olhares, com nossa vida passando em filme na minha cabeça. Fica mais fácil sendo assim?