segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Viciosamente

Um arrepio me consome toda vez que ouço o choro da guitarra abafada.
Busco inspiração, qualquer termo e frase pré-fabricada para transferir o calor que me dá tal melodia.
É o mesmo sonho rebobinando em trilhas diferentes, profundas, que parecem ser mais que um objetivo.
As balelas da vida, que amanhecem e dormem comigo, tomam seu lugar. Não sou daqui porque você também não é.
E como uma punição divina, o sentimento me rompe sem ao menos resistir mais que uns instantes, mais que uma palavra mal-dita. Maldita!
Só transtornos bipolares literais e indiagnosticáveis, uma tolice infantil que alimento para me sentir importante, diferente dos triviais. E não sou. E sei.
Talvez a não-solução de toda a problemática de uma vida seja o anseio dessa sensação. Eterna frustração, eterna infelicidade, eterna perdição (e ao mesmo tempo tão bom).

...mas nada que não teu alimenta-se da dor. 
Surpresa alguma tenho ao perceber, então, que vai morrer de fome. E eu, de solidão.

http://www.youtube.com/watch?v=zh4qvqdOCDE

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