Quando você sai fica esse cheiro no travesseiro
O meu sorriso no rosto
E essa vontade imensa de escrever
Suspiro na fronha 100% poliéster
Sorrio de doer as covinhas
Meus dedos pulam como pulgas no teclado
Volte sempre!
Quando você sai fica esse cheiro no travesseiro
O meu sorriso no rosto
E essa vontade imensa de escrever
Suspiro na fronha 100% poliéster
Sorrio de doer as covinhas
Meus dedos pulam como pulgas no teclado
Volte sempre!
Tenho um sonho frequente. Quase toda semana eu sonho que dou a luz a uma criança antes da hora, muito pequena e frágil. Um bebê do tamanho de uma mão e aparência prematura.
Eu tento amamentá-lo sempre mas nunca funciona. Até que chega uma hora que ele some e eu saio procurando-o entre a bagunça. Vou perguntando aos meus familiares onde ele está, alerto que é um bebê muito frágil, mas todos ignoram, como se eu tivesse alucinando ou como se não ligassem para a minha aflição.
O bebê nunca tem pai. Eventualmente figuras do meu passado aparecem no sonho e eu as encontro sabendo que não são o pai. E também não me ajudam a procurar, nem ao menos ficam comovidos com o meu desespero.
Às vezes eu encontro o bebê no meio da bagunça, quase morto. Às vezes o sonho termina antes.
Os berros eram o que mais me assustava
Seu grito na minha cara
Soprando, perto da minha pele
O som do impacto das coisas no chão
Eu não gosto muito de barulho
Ainda consigo sentir o desconforto no ouvido
A forma como o prédio parecia tremer
E a sensação de "causa perdida"
Mas a memória da vontade cega de ainda seguir
Pisando em ovos, desviando de porcelanas
Logo eu que sou tão estabanada
Meu direito de existir terminava com a sua vontade de me encolher
Os sons reverberavam e batiam nas paredes que eram pra ser de amor
Imersa do estrondo da sua raiva, eu me sentia um defunto de tão fraca
E ainda vivo luto de uma parte minha que morreu
Às vezes fico na dúvida
Se gosto menos ou se gosto mais
Suspiro confortável:
Acho que gosto melhor
Acho que gosto de você
Gosto como você fala baixo, ajeita o cabelo atrás da orelha e me olha com seus olhos de Beatle idealista
Gosto da cor chumbo do seu cabelo, quando passa nos meus dedos, dançando entre as mechas azuis que você nunca retocou
Gosto como sempre você tira os óculos antes de me agarrar
Gosto de sentir você em mim enquanto olha nos meus olhos e fala baixo no meu ouvido: "Gostosa!"
Gosto como os nossos corpos se complementam em um ritmo único quando isso acontece
Gosto do jeito que você acredita que vai mudar o mundo, viajar para todos os cantos ou fotografar no Tibete um dia
Gosto de olhar suas fotos na parede da sala e acreditar nisso
Gosto como as luzes do Largo dos Leões iluminam a calçada em dourado no sol da manhã, assim que saio da sua casa (a pé, pra sorrir por mais tempo depois de te encontrar)