quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Mais cinco letras


Lembro-me ainda daquelas noites de inverno. Eis que entra aquela saudade em cena.
Queria tanto voltar no tempo, vivê-lo por cada mísero segundo, prestar atenção em cada letra das suas palavras. Acho que foi a época mais feliz da minha vida, aquilo que poderia ser a compensação de todos os tombos e tropeços da minha história indigna. Não sorria por algo extrordinário, sorria simplesmente porque ali existia um sentimento verdadeiro em mim, latente nele. Mesmo que nada daquilo me fosse permitido.Eu era comprometida, ouro no dedo direito e ele, bem, estava lá e parecia não enxergar nada do que estava acontecendo, éramos sós num mundo cheio de complicações ao nosso redor.
Lembro-me das conversas, dos gestos que nos aproximavam, daquele grito de extrema felicidade contido com um frio na barriga (acho que chamam isso de paixão). Não sei nem como essa tal senhorita, tão sorridente, tão intrigante, tão dominadora, entrou na minha mente e te fez fixo em meus olhos. Foi curioso até, surgiu das cinzas, sem justificar-se.
Queria poder olhar nos olhos dele, aqueles que me mergulhavam, que me encaravam em brilho, olhar mais uma vez e o flagar me notando, me desfazendo,me despindo. Era tão doce e eu amava.
A vida real voltou, o inverno passou. Me desfiz da aliança que me trazia a solidez mas, que nada perto do que sentia por ele, me trazia, e o esperei, esperei, esperei.
Ando vacilante enfim, talvez com um, dois ou três, todos tentando buscar o que encontrei em ti, todos pra me convencer que é melhor te deixar pra trás, foi só um inverno e eu, eu só te fui passagem.

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