sábado, 9 de janeiro de 2010

Conto de Marina

Bagunçou o cabelo, olhou-se no espelho.
As pontas de cigarro no chão, as garrafas rachadas, a música ensurdecia.
Já não era noite, nem manhã. Era a hora da insônia que antes tinha, tomava a cama e o quarto, fazia-a pensar na solidão.
Não sabia se era Marina em festa. Talvez tivesse certeza que não fosse, mas a solidão já era tão incomoda que se acomodou às máscaras, às noites viradas, ao álcool. Era preferível.
Saiu daquele único espaço iluminado, espestiado de vômito, e voltou para a pista.
Encontrou amigos e, quem diria, até alguns boêmios que elevavam seu ego em olhares. Mesmo assim, mesmo acompanhada, algo faltava.
Acendeu o celular, olhou a foto.
Ah, Marina, é difícil esquecer um amor!
Fechou os olhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário