sexta-feira, 10 de junho de 2011

Não é um anjo, ainda bem

O problema é que eu te deduzo demais.
Eu sei da dúvida nos seus olhos, do dilema que puxa seus cabelos pela raíz. Eu sei, querido, que você fala o que não sente e sente o que não fala.
E eu pensei que tinha máscaras? Creio que as suas te tocam tanto que te impedem até de se auto conhecer.
Você não é o que era, mas insiste em manter as notas de um perfume envelhecido. Não, não é vaidade. É insegurança.
Talvez não veja que o que me atraí é o floral que se espalha quando você passa devagar. Talvez não ache tão especial e o cobre de amadeirados másculos para amenizar, quase ocultar, a essência real.
Amor meu, você que não existe, você quem eu tenho que agradecer, você que é lindo. E não falo do seus olhos misteriosamente amendoados.
Inseguro mas atrevido, não? Tocar em partes que poucos tocaram, e em outras que ninguém ao menos ousou. Me atravessa sem pudores, nada em meus rios sem tocar nas margens. E ainda tem a petulância, A PETULÂNCIA, de invadir o único espaço que me resta, de bater tantas teclas.
Eu queria poder ter a sua certeza, talvez o seu recíproco. O problema é que eu te deduzo demais, então eu sei, não é assim, mas deixa eu fingir...

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