Insegura, media cada vírgula, cada palavra. Não sabia o porque nada parecia espontâneo, o porque ao lado dele tudo era assim tão calculado, o porque não era Ella.
Um momento de silêncio, um barulho imenso, um coração apertado. Queria falar, mas não podia.
Olhou-o com um canto de olho, assim nada ficaria claro, nada seria suspeito. Quebrou o silêncio, culpou cada palavra, sentiu-se boba. Ele talvez nem tenha notado a euforia, o estardalhaço que preenchia a mudez. Ou talvez tenha, talvez entendeu tudo, decifrou-a por inteiro.
Junto com o amanhecer daquele dia quente, típico de verão, vinha a realidade. O sonho foi se desfazendo, mas não para sempre, certamente.
"Vamos para casa."
Levantou escondendo as gostas de suor, as mãos úmidas.
Ele olhou-a nos olhos, sorriu. Ela sentiu um calafrio extenso, a vontade de gritar.
Chegou em casa, abriu um sorriso a frente do espelho. Nada mais era importante, nem o cabelo desajeitado, nem a maquiagem borrada.
Era Ella quando saltitava, era Ella quando imaginava, sonhava, mas também era Ella quando, por insegurança, desiludia e, mais uma vez, varria todas as esperanças para debaixo do tapete já tão sujo e ignorava t
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