segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Devaneios sobre bagagens

Bagagens pesam, isso é um fato. Pesam em você e pesam em mim.

A gente não se livra delas, a gente as carrega, às vezes mais cansados, às vezes menos. Carregamos buscando que alguém chegue e nos ajude, pegando uma alça ou outra, ou carregamos sós achando que ninguém poderá ajudar a carregar.

Acho que a magia de um bom relacionamento, aquele que a gente sabe que vai crescer e durar, é quando a pessoa faz com que a gente sinta que a nossa bagagem não é tão pesada assim. Seja porque vai nos ajudar a carregá-la, seja porque olha para nós e diz: "Nem é tão grande, você só está carregando por tempo demais!".

Eu tenho medo das minhas bagagens. Se eu pudesse traduzir o que imagino delas em um objeto certamente seria um container de navio, cheio de malas sem alça, com zíper arrebentando, preenchidas com chumbo. Eu fico nessa certeza de que ninguém vai conseguir me ajudar a carregar, não é dever do outro isso. Tento esconder o container com o meu próprio corpo mas ele tá lá, enorme, preenchido e presente.

Às vezes você me olha e o container parece sumir, se transformar numa pequena maletinha. Eu vou, o invoco de novo na esperança de que você saia correndo. E você sorri, olha de novo e aponta com o dedo: "É uma maletinha!".

Vai entender...

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