quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Superficial (somente)


Desejos omitidos por vidros translúcidos, finos, trincados como cicatrizes das tentativas do toque.
Não é proíbido, não é indesejado, somente precisa de tempo e se romperá. E por que tão complicado para mim?
A ansiedade me consome, me faz febre, deixa os pensamentos rondando rápido, se esbarrando...
Eu sou o ser do desejo que grita, mas não sou mestre do tempo. E não vivo sozinha.
Fantasia das madrugadas que serão vividas, das manhãs, das trocas de olhares suados, quentes. O som da guitarra, a voz rouca, a repiração forte. Sinto o gosto do tabaco, do vinho e do suor.
Faço de tudo em nossas cena inventadas à luz de uma lua, voyer do que vem e do que está. Ao brilho das estrelas caídas nos seus braços, me possuindo e enfeitiçando, agarrando e querendo me sugar em constelações desconhecidas que lente nenhuma vê.
Cola     Cola na minha pele, sacia sua fome, deixe seduzir pelo meu mistério... mas dê aquele seu sorriso ao sentir a claridade desnorteando, mesmo que fútil, mesmo que breve, mesmo que não meu, dê.