terça-feira, 20 de setembro de 2011

A fraqueza do peito

Eu sou o reflexo das dores que criei. Meu rosto deformado, meus braços fracos, meu olhar tem desespero.
O tempo me deixa para trás, a justiça nunca se faz, pareço estar me despedindo de um lugar que nunca me pertenceu.
Eu me tornei a frustração que vivi e vivo. Em pessoa, em atos, em desvaneios inevitáveis.
Não posso mais ferir o inocente, mesmo que, inocente, eu esteja ferida. A vingança não se faz com o externo, mas da auto-punição não sei escapar.
Parece uma força que me reduz ao pó das minhas alegrias, a tontura do desnorteio. Algo muito mais poderoso me domina, querendo me levar para o seu inferno.
Desisti de retirar as pedras no caminho. Nenhuma é dolorosa quando se tem grilhões espinhados presos, apertados nas pernas.
Digo adeus ao inimigo, não procuro mais abrigo, eu mesma sou minha traidora. Que saiam todos, então!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

F= Gm1m2/r²

Eu não sei mais lidar.
Qualquer frustração me vem como o fim, como a última gota de algo que já transborda em corrente, uma catarata dos meus pequenos infernos.
Os risos que espalho nem ao menos encobrem como antes. Ninguém notava o que é público. 
Minha máscara, minha paciência e a minha esperança caindo newtoniamente no mesmo instante, por uma força maior, pela gravidade do meu passado.
Livro os pesos das minhas costas engolindo o que nunca vou digerir e cuspindo o que era doce. Nada mais me importa se não a leveza que almejo e o preço que vou pagar pela minha busca.
Só esqueço que a força que provoca a minha queda me destruirá no mesmo tempo que me destruiria com grilhões encrustados. Menos impacto, mas com dano irreparável.
Como fugir do certo? Como olhar o sol sem asas para buscá-lo?
Talvez seja por isso que procuro o seu adeus, para que, pelo menos, eu caia só.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Simples(mente)

Menino dos olhos
Arrependido do que não tem culpa
Desculpa a tristeza que te botei
Só pra te ver aos meus pés

Meninos dos olhos
Vidrado de um sorriso maravilhoso
Não tema se achando menor
Maior é, e seremos

Meninos dos olhos
Se eu pudesse te guardar em um instante
Guardaria teu olhar fixo
Mudo que me confirma todos os dias

Menino dos olhos
Que será o homem dos olhos
O pai dos olhos
Da menina que te escreve sem jeito.