sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Do amor que sinto

Hoje descobri que amo, acho que pela primeira vez, pela última vez. Precisei de um tempo para aceitar, bem mais que o necessário. Eu não admitiria isso tão facíl.
Amar? Para mim precisaria de tempo, de circunstâncias, de razão. Não tive o tempo, nem circunstâncias, muito menos alguma razão. Contradisse todas as minhas teorias, a minha racionalidade, a lógica das coisas.
Antes me parecia uma paixão, daquelas bem fortes, de tirar o sono, mas tinha certeza de ser passageira. Pois o tempo passou e tudo continuou exatamente igual. Me desesperei por alguns meses, me questionava todos os dias, pensei estar enlouquecendo.
Eu vi minha vida parada, com tudo em volta em correria, vivendo de pequeninhas coisas do passado, fazendo dele o meu presente. Talvez fosse o modo que eu encontrei para terminar isso: pensar tanto, tanto, tanto até que perdesse a graça.
Não perdeu.
Hoje, eu me conformo com essa fraqueza. Ás vezes até volto a buscar as migalhas do passado, mas não vivo mais disso. Prefiro te ver sorrir, tendo-te ou não, prefiro observar de perto ou de longe. Só isso me dá certeza do amor,  me traz um pouco de paz, e uma felicidade talvez. Sim, mesmo sendo irracional.

silêncio.

De alguma maneira inspirado no filme "Doce Novembro"